"O projeto Eu e a Minha Reforma tem benefícios inequívocos para a população sénior"

Desde o seu primeiro momento de atividade, em setembro de 2020, que o Eu e a Minha Reforma é implementado no Município da Maia. A parceria entre a Fundação Dr. António Cupertino de Miranda e a Câmara Municipal da Maia já permitiu levar o Programa Eu e a Minha Reforma a mais de 200 maiatos com mais de 55 anos.

Estas sessões de capacitação financeira e digital, desenvolvidas no âmbito do Eu e a Minha Reforma, podem decorrer de forma digital, mas, muito recentemente, foi em formato presencial que um novo conjunto de participantes integrou o projeto.

Emília Santos, Vice-presidente e Vereadora do Desenvolvimento Social e Demografia da Câmara Municipal da Maia, assistiu ao lançamento desta nova edição do Eu e a Minha Reforma e conta-nos agora os benefícios que reconhece neste projeto.

 

Que benefícios reconhece a Câmara Municipal da Maia no projeto de literacia financeira Eu e a Minha Reforma?

Este projeto tem benefícios inequívocos para a população sénior. Desde logo, os imediatamente perceptíveis e que se relacionam com a promoção de conhecimentos essenciais para a gestão do dia a dia, como a capacidade de tomar decisões financeiras corretas e informadas, avaliar riscos, prevenir e identificar situações de fraude e burla, a par do desenvolvimento de competências digitais, tão importantes numa sociedade cada vez mais desmaterializada. Mas tão importante quanto esses benefícios são, também, o contribuir para um envelhecimento ativo, saudável, promotor de autonomia e de bem-estar, aspetos cada vez mais fundamentais no contexto de envelhecimento demográfico que vivemos.

Considera importante o facto do programa incluir sessões implementadas quer em formato on line, quer presencial, tendo em conta que falamos de uma população mais velha que, por vezes, está mais isolada ou tem menor atividade fora de casa?

Naturalmente que sim, sobretudo durante a pandemia que atravessamos e que obrigou a encontar soluções que salvaguardassem a saúde da população mais sensível. Revelou-se fundamental estabelecer formas de assegurar o contacto e a partilha de conhecimentos, o que também veio contribuir para o desenvolvimento das competências digitais. No entanto, também será verdade que a pandemia terá demonstrado a importância dos contactos presenciais, até por questões afetivas e emocionais, pelo que acredito que é bom ter diferentes formatos disponíveis para adequar às diferentes circunstâncias.

Ao longo deste ano e meio de implementação do projeto no Município da Maia, que receptividade e reações ao projeto têm recebido por parte de participantes ou de outros parceiros do Eu e a Minha Reforma, como as Juntas de Freguesia?

A recetividade é muito positiva, nomeadamente dos participantes. A prova disso é as quase duas centenas de pessoas que se inscreveram nas sessões e que manifestaram ter valido a pena.

Que papel acredita que a literacia financeira desempenha no envelhecimento saudável e  ativo da população?

Claramente, o papel de promover competências essenciais para a autonomia e o bem-estar das pessoas mais velhas – e as recorrentes notícias de situações de burla aos idosos com que vamos sendo confrontados torna ainda mais relevante o investimento na literacia financeira. Como também o de assegurar sentimentos de autoconfiança e de segurança nas situações mais correntes do quotidiano, como a capacidade de saber interpretar uma fatura de eletricidade. De caminho, e tendo em consideração a celeridade com que os processos estão cada vez mais assentes na utilização das novas tecnologias, importa assegurar que esta população não fica alienada desta realidade, um aspeto que tornaeste projeto muito importante.

E para o desenvolvimento social e económico do país? Acredita que a promoção da literacia financeira, em diferentes faixas etárias, seja determinante?

Sem dúvida. Tanto assim, que a Câmara Municipal da Maia tem, desde há vários anos, o programa “No Poupar Está o Ganho”, desenvolvido em parceria com a Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, dirigido a turmas dos 3º e 4º anos das escolas do concelho e que tem como objetivo promover a literacia financeira em temas como a poupança, o consumo responsável, a gestão e importância do dinheiro.

A implementação do programa Eu e a Minha Reforma denota a preocupação da Câmara Municipal da Maia com o bem-estar da população adulta e sénior. Existem outros projetos neste âmbito que gostassem de destacar?

Na Maia, orgulhamo-nos na nossa política de Desenvolvimento Social e da capacidade que temos de trabalhar em rede com parceiros sociais que atuam no nosso território, pois acreditamos que é congregando competências e esforços que conseguiremos encontrar as respostas mais adequadas para as situações existentes e a que surgirão mais adiante. Para a população sénior, daria como exemplos o projeto 55 +, destinado a pessoas a partir dos 55 anos de idade, inativas pelo desemprego ou pela reforma, em situação de isolamento ou solidão e que, através do reconhecimento dos seus saberes e competências, os capacita para serviços e experiências de proximidade; o  Programa Municipal de Saúde Sénior 60+, que investe em três áreas essenciais – Higiene e Segurança; Psicologia e Bem-Estar; ou o projeto Chave de Afetos, alicerçado num trabalho em rede de parceiros sociais que contribui para a sinalização de pessoas idosas em risco, recorrendo a um serviço de teleassistência e de assistência personalizada através de voluntariado.