Transição para a Reforma: Desafios das Organizações

No âmbito do projeto de educação financeira Eu e a Minha Reforma, a Fundação Dr. António Cupertino de Miranda realizará, no próximo mês de dezembro, o Fórum “TRANSIÇÃO PARA A REFORMA: DESAFIOS DAS ORGANIZAÇÕES”. Conheça a relevância deste projeto pela voz da Presidente do Conselho de Administração da Fundação, Maria Amélia Cupertino de Miranda:

O aumento da longevidade coloca desafios, quer às pessoas, quer às organizações. A complexidade do envelhecimento requer que a sociedade se capacite para compreender os vários fatores associados a esta temática, para que seja possível atingir um envelhecimento bem-sucedido.

Este fórum deverá analisar e refletir sobre a importância da capacitação financeira ao longo da vida, em particular, na transição da vida ativa para a fase da reforma, como fator potenciador de um maior bem-estar dos indivíduos.

É imperioso analisar o papel de empregados e empregadores nesta transição de ciclos complexa para os próprios, para as instituições e para a sociedade em geral.

Por um lado, os trabalhadores muitas vezes não conseguem sozinhos identificar práticas adequadas que os preparem para a fase de vida seguinte. Por outro lado, é preciso ouvir os empresários e os empreendedores para que se iniciem processos de inclusão etária na força de trabalho das organizações.

Nos últimos anos, começou a haver em Portugal uma maior consciência sobre a necessidade de melhorar a literacia financeira da população, em particular, dos grupos considerados mais vulneráveis, como o caso dos seniores. Começa a haver também uma maior perceção de que é uma ferramenta indispensável a todos.

É urgente desafiar empresários, autarquias, instituições e decisores políticos a repensar o papel das pessoas seniores na sociedade e as expetativas da sociedade em relação a esta faixa cada vez maior da população, sensibilizando todos para a importância de se impulsionarem estratégias e políticas que fomentem a participação ativa das pessoas mais velhas.

Por isso, faz todo o sentido enquadrar esta reflexão no desenho do projeto Eu e a Minha Reforma, já que este tem o potencial de criar mudanças positivas e de contribuir para a melhoria do bem-estar financeiro, para a redução do stress financeiro e para o aumento da qualidade de vida.

O objetivo é colocar a literacia financeira na agenda dos decisores políticos, dos empresários e de todos os profissionais que trabalham com pessoas mais velhas.

A importância de cruzar a literacia financeira com a longevidade pode e deve influenciar políticas públicas, para que seja possível provocar uma mudança sistémica: a pessoa como sujeito proativo, capaz de regular a sua qualidade de vida através da definição de objetivos, da acumulação de recursos financeiros essenciais à transição para a fase da reforma e ativamente envolvidos na manutenção do seu bem-estar ao longo da vida.

É muito importante definir um novo paradigma para a velhice, que reconheça as pessoas seniores como membros integrantes da sociedade, como cidadãos ativos e financeiramente capazes de gerir o seu processo de reforma.

Este Fórum procurará demonstrar que a literacia financeira é um driver da segurança financeira e de bem-estar. Será uma abordagem especificamente desenhada para pessoas que se encontrem no período de pré-reforma e de reforma.

Com base na experiência adquirida, a Fundação Dr. António Cupertino de Miranda quer olhar para o futuro e contribuir para provocar mudança positiva nos locais de trabalho e na sociedade, trabalhando para levar a literacia financeira a todos.

Há doze anos que a Fundação começou a conceber e implementar projetos com o objetivo de promover a literacia financeira dos diversos segmentos da população, por considerar que, desta forma, contribui para a melhoria efetiva da vida das pessoas. Acreditamos que muito há ainda por fazer. Continuaremos a trabalhar e a criar redes para levar a literacia financeira a um patamar mais elevado. Aplicaremos o nosso saber às diversas realidades e tentaremos influenciar políticas públicas para alcançar uma mudança sistémica. Sabemos que o nosso trabalho muda vidas. Sabemos porque já vimos acontecer.

Maria Amélia Cupertino de Miranda

Presidente do Conselho de Administração

Fundação Dr. António Cupertino de Miranda