Como investir de forma responsável?

  • Publicado em 19 abril 2023

Se já pensou em investir, mas sentiu algum tipo de receio de perder dinheiro ou de não gerar rentabilidade…saiba que é normal! Por isso, criámos este artigo para explicar-lhe como investir de forma responsável. 

📈 A dicotomia da rentabilidade e do risco 

Quando aplicamos (ou “investimos”) as nossas poupanças, o objetivo é tirar o máximo rendimento correndo o menor risco possível. Contudo, sabemos que, para termos uma maior rentabilidade, há que assumir riscos, que poderão implicar uma perda parcial ou total do capital investido.  

É natural que este facto gere alguns receios entre quem pensa em investir, o que, associado ao desconhecimento sobre onde investir, pode levar-nos, na maior parte das vezes, a optar por nada fazer, ficando presos a esta dicotomia da rentabilidade e do risco

Na prática, as poupanças ficam paradas, à ordem ou numa conta poupança, à taxa de juro zero ou, mais recentemente, a uma taxa de juro muito reduzida, com o argumento de que, não se sabendo onde aplicar, o melhor é nada fazer, para não se registarem perdas. 

A questão é que o nada fazer, é o mesmo que estar a perder dinheiro. Sim, o efeito inflação, desvaloriza o nosso dinheiro! A título de exemplo, os 10.000€ que teria na sua conta poupança a 28 de fevereiro de 2023 valiam menos 8,6%, face a 28 de fevereiro de 2022. 

📈 O que fazer para quebrar esta dicotomia entre rentabilidade e risco? 

Deixamos algumas das regras básicas para o investimento responsável das nossas poupanças: 

  1. Realizar uma autoavaliação da sua consciência financeira: identificar as crenças e os comportamentos que estão a limitar as decisões de investimento. Sabendo que a tomada de decisão está intimamente ligada com as emoções, é importante identificar quais são os estímulos mentais emocionais que deverá controlar e alterar para impor a mudança na sua relação com o dinheiro. 
  2. Definir de forma clara os seus objetivos de poupança: começar por atribuir objetivos à poupança que possa ter. Lembre-se, a primeira poupança é o Fundo de Emergência e, consoante o seu património e as suas circunstâncias, esta deverá ter um valor que corresponda a seis ou doze meses da média mensal das suas despesas. Só depois de ter o seu Fundo de Emergência, é que deverá começar a pensar em investir a poupança remanescente.
  3. Definir a sua estratégia de investimento: definir de forma objetiva o motivo pelo qual está a investir - para o complemento de reforma, para fazer obras da casa, para uma entrada de uma casa, para um negócio…seja qual for o motivo, quando se sabe para que é que se está a investir é mais fácil saber onde investir. 
  4. Selecionar os produtos financeiros mais adequados: uma vez definidos objetivos de poupança, não se esqueça do princípio base na hora de investir - o Fundo de Emergência é a poupança para assegurar as situações imprevistas e inesperadas do dia-a-dia, pelo que a seleção de produtos para esta poupança é simples e só se deve aplicar em produtos de risco muito reduzido ou inexistente e liquidez imediata, para que se possa aceder ao capital sempre que necessário. Não há necessidade de uma estratégia de investimento. 

Ao restante valor das poupanças e após definição clara do seu propósito, há que selecionar os produtos financeiros mais adequados para si. Para tal, deverá ter em conta: 

  • O seu perfil de investidor: quanto maior for a sua tolerância ao risco, maior é a oferta de produtos financeiros. O importante, é conhecer-se e ter conhecimento total das características dos produtos onde está a pensar investir. Estas respostas vão ajudar a definir o seu perfil de investidor, que pode ser conservador, equilibrado ou agressivo.  
  • Conhecer as características dos produtos financeiros: relembre os critérios fundamentais na seleção de produtos financeiros - rentabilidade, risco e liquidez. É preciso também conhecer as comissões associadas e o respetivo tratamento fiscal - há produtos cujo rendimento é tributado à taxa liberatória, outros são para incluir no IRS referente ao ano de realização da venda ou do resgate do produto. Se souber responder a todos estes critérios, a seleção é feita de forma consciente e responsável. 
  • Definir o horizonte temporal de longo prazo: deveremos olhar sempre para um horizonte temporal de longo prazo, igual ou superior a 5 anos.  
  • Optar por juros compostos: já que estes duplicam mais depressa os investimentos do que os juros simples. Esse crescimento mais rápido deve-se à incorporação do juro simples no capital inicial. Quando uma aplicação financeira vence juros, esses são adicionados ao capital e esta soma forma um novo capital superior ao capital inicial sobre o qual recaem juros. Isto acontece de forma sucessiva potenciando os ganhos. 
  • E diversificar os investimentos: a diversificação minimiza os riscos. Diversifique por classe de ativos, por geografia, por setor de atividade (fundos de investimento, seguros financeiros, plana poupança reforma), em vez de aplicar as suas poupanças de médio e longo prazo numa só classe de ativos, ou num só título (ação ou obrigação).  

Por fim, e não menos importante, continue a investir em literacia financeira, para ter sempre a certeza de que fará investimentos conscientes e informados. Bons investimentos!