Autonomia financeira na reforma: 5 passos para a alcançar

  • Publicado em 15 dezembro 2023

Conquistar a autonomia financeira na reforma pressupõe que se tenha, nesta fase de vida, um rendimento que permita pagar a totalidade das despesas, viver tranquilamente e sem preocupações financeiras. Isto só é possível com a adoção de boas práticas financeiras de planeamento e gestão, ao longo da vida.

O cálculo do rendimento ideal para assegurar autonomia financeira na reforma implica o conhecimento rigoroso da sua situação financeira durante toda a vida. Para conseguir alcançar este patamar é necessário que haja uma boa gestão das finanças pessoais e, acima de tudo, planeamento financeiro.

5 passos a seguir para garantir a autonomia financeira na reforma

👉 “Pagar-se em primeiro lugar”, ou seja, a primeira “despesa” deverá ser o valor mensal referente à poupança. Assim, as restantes despesas, fixas e variáveis, serão asseguradas pelo rendimento disponível, que é o rendimento líquido menos o valor da poupança.

O segredo para poupar todos os meses está em automatizar a parcela do rendimento líquido destinado à poupança junto do Banco. Desta forma, está a criar hábitos de poupança.

👉 Elaborar um orçamento. O primeiro passo só é possível com a elaboração de um plano financeiro, que exige um orçamento. Nesse documento pode definir objetivos de consumo e poupança, face ao seu rendimento.

As boas práticas financeiras dizem que o orçamento ideal deve ser 50/30/20. Ou seja, 50% do rendimento destinado às despesas necessárias (fixas e variáveis), 30% às despesas não prioritárias ou supérfluas e 20% destinado à poupança e pagamento de dívidas, se for o caso.

👉 Definir objetivos de poupança. Como indicámos acima, 20% do rendimento deve ser destinado à poupança e repartido em partes iguais entre o fundo de emergência e o complemento de reforma. No entanto, não basta definir objetivos. É necessário fixar metas!

  • Fundo de emergência: atingir o valor de 6 a 12 meses de gastos mensais para que, perante um imprevisto, seja possível garantir as despesas durante esse período de tempo.
  • Complemento de reforma: calcular o valor que se deverá acumular até à reforma para garantir autonomia financeira. Assim, é necessário ter em conta:

👉 A diferença entre o valor estimado das despesas médias mensais durante a reforma e o valor mensal previsto para a pensão de velhice (mais informações disponíveis aqui)

👉 Deve multiplicar este valor por 12, de forma a obter o valor anual, que deverá multiplicar pelo número de anos expectável de vida após a reforma (de acordo com os especialistas é de 25 anos).

👉 Investir as poupanças. Esta é uma das formas mais eficazes para fazer o dinheiro crescer ao longo do tempo. Consequentemente, consegue aumentar o valor real do património e alcançar estabilidade financeira e, assim, garantir autonomia financeira na reforma. Este investimento deve ser feito de maneira inteligente, informada e disciplinada.

👉 Conhecer o seu mindset financeiro. Ser consciente e disciplinado na definição de objetivos, na elaboração do plano e da estratégia de investimento são características fundamentais e que estão diretamente relacionadas com os nossos aspetos psicológicos. É importante conhecer o seu mindset financeiro para que consiga identificar o que precisa de mudar, de forma a que o sucesso de viver a reforma com autonomia financeira seja garantido!

📝 Se ainda não sabe bem o que é isto de mindset financeiro, pode descobrir neste artigo.

Apesar de existirem dicas gerais, como as que aqui partilhamos, tenha sempre em conta que a preparação da reforma depende de várias condicionantes pessoais (os rendimentos e despesas de cada um), sociais (esperança média de vida e a variação da idade da reforma, por exemplo) e financeiras (contexto vivido, condições de reforma, etc.).

Tudo isto faz com que a preparação da reforma e longevidade seja um processo complexo, que deve ser pensado com tempo e exige boa literacia financeira. A Fundação Dr. António Cupertino de Miranda abordou esta temática no Fórum “Literacia para a longevidade e literacia financeira: Compromisso. Capacitação. Transformação”. Conheça as principais conclusões e assista ao Fórum aqui.